Este blog tem por objetivo abordar atualidades envolvendo o continente africano no contexto da globalização e suas influências na economia, cultura,história e desenvolvimento nos seus vários aspectos.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Africanidades, territórios e identidades
quinta-feira, 28 de julho de 2011
sexta-feira, 8 de julho de 2011
O mais novo país do mundo
Governo de Cartum reconhece novo Estado do Sudão do Sul
CARTUM - O governo do Sudão reconheceu nesta sexta-feira, 8, o novo Estado do Sudão do Sul, que proclamará sua independência neste sábado, anunciou o ministro sudanês de Assuntos da Presidência, Bakri Hassan Saleh em entrevista coletiva. "O Executivo sudanês está disposto a cooperar com o novo Estado", afirmou Saleh perante os jornalistas na capital, Cartum.
Saleh afirmou que Cartum reconhece o Sudão do Sul como "um Estado independente e soberano", de acordo com a linha que separava os dois territórios em janeiro de 1956 - quando o Sudão tornou-se independente do Reino Unido - e em concordância com as leis internacionais.
Além disso, o ministro expressou o desejo de Cartum "de manter excelentes laços com o Estado do sul" e de resolver assuntos pendentes no que se refere às fronteiras, águas, petróleo e dívida externa. Ele também pediu ao governo de Juba a reconhecer os acordos e tratados contraídos com o Executivo sudanês.
Guerra civil
O norte e o sul do Sudão se enfrentaram durante 21 anos em uma guerra civil, iniciada em 1983, que deixou mais de 2 milhões de mortos e que culminou com os acordos de paz de 2005.
Os pactos estipulavam a realização de um referendo de autodeterminação no sul, que aconteceu em janeiro passado e terminou com arrasadora vitória "sim". Como resultado, o Sudão do Sul proclamará no sábado sua independência em cerimônia na cidade de Juba, a nova capital.
Capacetes azuis
Tópicos: , Internacional, Geral
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Rumo a novos continentes
sábado, 18 de junho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
Hillary alerta África sobre 'novo colonialismo
A África precisa estar ciente do "novo colonialismo" enquanto a China expande seus laços no continente e se concentrar em parceiros que possam ajudar a construir capacidade produtiva local, afirmou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
Questionada neste sábado em uma entrevista televisiva na Zâmbia sobre a crescente influência da China na África, Hillary disse que os africanos devem ficar atentos a parceiros que só negociam com as elites.
"Não queremos ver um novo colonialismo na África", afirmou Hillary em uma entrevista em Lusaka, a primeira parada em sua viagem de cinco dias pela África.
"Quando as pessoas vêm à África para fazer investimentos, queremos que elas sejam bem-sucedidas, mas também queremos que façam o bem", afirmou. "Não queremos que elas minem a boa governança na África."
A China injetou quase 10 bilhões de dólares em investimentos na África em 2009, e o comércio decolou enquanto Pequim compra petróleo e outras matérias-primas para abastecer sua crescente economia.
Durante sua presença no programa África 360, Hillary pediu investimentos "sustentáveis" de longo prazo e que vão beneficiar a África.
"Vimos que, durante o período colonial, é fácil entrar, tomar os recursos naturais, pagar os líderes e sair", afirmou.
A secretária de Estado citou os esforços norte-americanos para melhorar a governança política e econômica em países como a Zâmbia como exemplo de uma abordagem diferente.
"Os Estados Unidos estão investindo no povo da Zâmbia, não apenas nas elites, e estamos investindo para o longo prazo."
Os países africanos, segundo ela, podem aprender muito com a Ásia sobre como os governos podem ajudar a sustentar o crescimento econômico, mas disse que não via Pequim como um modelo de papel político.
"Estamos começando a ver um monte de problemas" na China e que vão se intensificar nos próximos dez anos, afirmou, citando os esforços chineses para controlar a Internet como um exemplo. "Há mais lições a aprender dos Estados Unidos e das democracias", disse.
A viagem de Hillary, que também a levará à Tanzânia e à Etiópia, tem o objetivo de realçar a política da administração Obama de ajudar os países africanos a superar desafios como a AIDS e a segurança alimentar e acelerar o crescimento econômico.
sábado, 11 de junho de 2011
Tristan Coloma: Quando as águas de Inga iluminarem a África - Le Monde Diplomatique Brasil
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Entrevista com Mia Couto / Africa modernização e urbanização
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Vídeo/palavras para reflexão: As escolhas, as visões de mundo e de sociedade
Fonte: parte da obra. Por uma Outra Globalização: um encontro com Milton Santos.
O vídeo fala sobre a América Latina e também sobre a questão das escolhas que fazemos enquanto sociedade, em se falando de África e a temática do Blog ele esclarece muito do porque é importante se reconhecer enquanto individuo que pertence a uma nação.
Uma Experiência Significativa Com a Literatura Africana
Escrito por Consuelo Silva Almeira2 - Angola na sala de aula
Na fronteira da mudança de valores e instauração de novas práticas, foi pensado e concebido o projeto literário Descobrindo a África, em uma classe de 4ª série do ensino fundamental do Colégio Estadual Princesa Isabel, localizado no bairro da Cidade Novaii.
Com o objetivo de despertar nos educandos o ideal de que a diferença pode ser bela e que a diversidade é enriquecedora e não sinônimo de desigualdade, o projeto desvendou a realidade de um país africano a partir da literatura. Durante o III bimestre de 2005, fizemos uma incursão literária ao conto africano As aventuras de Ngunga, de autoria de Pepetelaiii, tendo como fio condutor de todas as ações desenvolvidas, o reforço à auto-estima.
A escolha da obra deu-se, a partir dos questionamentos dos alunos sobre a dificuldade de se encontrar um texto no qual a personagem principal fosse representada por um negro. Apesar do desafio, identificou-se no CEAFRO (Centro de Estudos Afro- Orientais/UFBA), um exemplar do livro As aventuras de Ngunga. Com uma perspectiva bastante significativa, a obra relata, em seu bojo, as lutas nacionalistas angolanas, vivenciadas pelos negros para se libertarem da colonização européia, dando-lhes um tratamento de herói. A personagem principal é uma criança, que participa do movimento em prol da liberdade. Apesar do caráter revolucionário, a narrativa transborda de beleza e magnitude. Encontram-se presentes no texto os animais da floresta, os elementos da natureza, os espíritos e símbolos sobrenaturais, representantes da cultura africana.
Para que os alunos pudessem ter contato direto com o livro, decidiu-se ir a um Sebo da cidade e adquirir dez exemplares. Como a sala era composta de 20 alunos, optou-se por trabalhar com o texto, na própria classe, em dupla. A obra foi separada em capítulos, e a cada aula de Literatura, fazia-se uma retrospectiva do capítulo anterior e iniciava-se o próximo.
Logo no início da história, os alunos desvendaram que a personagem principal, Ngunga, era um menino órfão de 10 anos, que perdeu os pais em uma das lutas nacionalistas de Angola e, que vivia nas florestas africanas, de aldeia em aldeia, solitário e dependendo da ajuda dos habitantes até se envolver na causa libertária e se transformar em um guerrilheiro modelo.
Durante a trajetória da narrativa, pode-se identificar o processo de transformação psíquica que transcorreu com a personagem principal. Inicialmente apresentando-se como uma criança insegura que sofre muito, diante da solidão e da ausência de alguém que a ame realmente. "Por que ter de voltar? Ninguém o espera no Kimbo, ninguém ficaria preocupado se ele não aparecesse. Quem se lembraria de procurar Ngunga, o órfão, se morresse?"iv. A posteriore, Ngunga se transforma em um guerrilheiro que enfrenta suas próprias ameaças e aprende decifrar a realidade, identificando as armadilhas que aprisionam seu povo.
Com o decorrer da leitura da obra, os alunos passaram a se identificar com Ngunga. Para as crianças, era o herói ideal, que enfrentava todos os problemas e lutava contra as injustiças. Um menino valente que não deseja riqueza, honra, poder ou imortalidade, mas que aspirava à integridade, ao conhecimento e à sabedoria. Um dos trechos mais eloqüentes da narrativa, é quando o corajoso jovem desmascara o Presidente Kafuxi, ao alertar a comunidade sobre a exploração e a mentira na qual estavam vivendo.
Em contramão as denominações negativas em relação à cor preta, que podem levar as crianças negras, por associação, a sentirem horror à sua pele negra, o texto exerceu nos alunos uma influência positiva, posto que representou a figura do negro como herói e portador de valores éticos. Tal afirmativa foi constatada ao observar que no intervalo das aulas, as crianças dramatizavam as lutas revolucionárias angolanas e era uma briga para definir quem faria a personagem de Ngunga. Lacan elucida essa questão ao antecipar que: "[...] a identidade é formada, ao longo do tempo, através da interação com o "Outro" e que a construção de uma autoimagem positiva incide ao fato de existir referências que respaldem essa auto-imagem"v.
Texto na integra:
http://www.ueangola.com/index.php/criticas-e-ensaios/item/353-uma-experi%C3%AAncia-significativa-com-a-literatura-africana.html
A escola é um local em que a diversidade cultural deve ser assegurada para que todos tenham garantido o direito de aprender e ampliar conhecimentos, sem serem obrigados a negar a si mesmo, ao grupo étnico/racial a que pertençam e adotar costumes, idéias e comportamentos que lhes são adversos.
Tomemos como ponto de partida Salvador, cidade multi-étnica e pluricultural, na qual as raízes africanas florescem cotidianamente, a comida e a música são presenças marcantes. Todavia, as literaturas afro-brasileira e africana são desconhecidas pela maioria da população, que muitas vezes, sob visão preconceituosa, associa as narrativas ao candomblé, por algumas apresentarem os orixás nos seus textos. Partindo do pressuposto que a literatura africana é vasta, torna-se primordial quebrar-se o paradigma de que somente o patrimônio europeu deve predominar e que as culturas das classes minoritárias, especialmente a indígena e a africana, só sejam contempladas no âmbito folclórico. Para tanto, deve-se buscar meios de conhecer a diversidade da população africana e, socializá-la no ambiente escolar, visando despertar nos educandos a autoestima em ser afro-descendentes. Uma das alternativas são os contos africanos, os quais revelam um mundo muitas vezes desconhecido, formado de reis, príncipes, orixás e de homens fortes que lutaram pela liberdade.[...]
terça-feira, 31 de maio de 2011
Uma mudança cultural que beneficia a todos.
A mutilação genital feminina, prática comum como ritual de passagem em muitos países de África, Ásia e Médio Oriente, está a diminuir em vários países africanos, em especial no Quénia, Etiópia, Sudão e Egito, conforme revela um estudo apresentado esta semana pelo Centro de Pesquisa Innocenti, da UNICEF.
"Há várias comunidades em África que estão a abandonar a mutilação genital feminina/excisão, apesar de fortes pressões sociais no sentido contrário", congratularam-se os autores do estudo.
De acordo estes responsáveis, as campanhas educacionais têm surtido os efeitos desejados ao alertar a população que esta prática é considerada uma violação grave dos direitos humanos e representa um risco de saúde elevado.
O estudo mostra assim descidas significativas em quatro dos países, da percentagem de mulheres com idade entre os 15 e 49 anos.
Os números desceram no Egito, de 82% em 1995 para 63% em 2008, no Sudão de 79% em 1990 para 51% em 2006, na Etiópia de 60% para 31% entre 2000 e 2005, no Quénia, de 20% para 9,0% , numa década.
"A decisão de uma família praticar ou abandonar a mutilação genital feminina/excisão é influenciada por recompensas e sanções que são socialmente poderosas," explicou Gordon Alexander, diretor em exercício do Centro de Estudos Innocenti, citado pela Sic Online.
Os técnicos da UNICEF sustentam que os programas de abandono com maior sucesso "envolvem membros respeitados da comunidade, incluindo líderes religiosos e locais, e mobilizam redes sociais e instituições" com peso para influenciarem o resto da comunidade.
Fonte: http://www.boasnoticias.pt/noticias_%C3%81frica-Mutila%C3%A7%C3%A3o-genital-feminina-est%C3%A1-a-diminuir_4337.html
Saiba mais sobre os resultados deste estudo clicando aqui.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Uma reflexão sobre autonomia, autodeterminação
Novas tecnologias e a ameaça à soberania na África
Ler sobre essa evolução é como a ler ficção científica. A diferença é que isso é real, está acontecendo agora. Estas tecnologias estão sendo desenvolvidas em um mundo que é totalmente desigual, em condições onde o acúmulo e o lucro imperam, permitindo que os ricos fiquem mais ricos a qualquer custo, enquanto a maioria empobrece. Eles têm se desenvolvido sob condições criadas ao longo dos últimos 30 anos que têm permitido às empresas monopolizar a fabricação em nível atômico - seja de matéria viva ou inanimada – e legitima a biopirataria corporativa em larga escala, com a África, um continente de extraordinária biodiversidade, sendo uma vítima significativa. Plantas que têm sido há muito utilizadas na África estão sendo patenteadas pelas corporações do Norte. Mas talvez o mais significativo de tudo para o continente é o fato de que os olhos das empresas estão procurando avidamente o lucro a ser alcançado a partir de centenas de bilhões de toneladas de matéria vegetal, que pode ser utilizada como fonte alternativa de carbono a combustíveis fósseis, permitindo a fabricação de combustíveis para os transportes, eletricidade, produtos químicos e plásticos, fertilizantes e todos os produtos que garantem o estilo de vida confortável do Norte, sob o pretexto de apoiar a "economia verde".
As novas tecnologias, ou mais precisamente, o controle corporativo das novas tecnologias representa uma ameaça em potencial e em crescimento para o continente. Um continente que já sofreu uma turbulenta história de conquista colonial e conquista econômica sob o neoliberalismo enfrenta, agora, uma conquista tecnologicamente mediada pelos oligopólios.
É uma característica das revoluções tecnológicas que a escala completa das implicações sociais, econômicas e políticas do seu uso é pouco apreciada, até que, como a maré crescente de um tsunami, varre tudo em seu caminho.
Estas tendências estão sendo desafiadas ao redor do mundo - nas comunidades locais, os movimentos nacionais e em reuniões globais das Nações Unidas como na Convenção sobre Diversidade Biológica e da Comissão sobre Segurança Alimentar da FAO (Food and Agriculture Organization). Cidadãos estão se unindo para expor os perigos dos governos cederem espaço às empresas para utilizarem novas tecnologias para resolverem problemas que, em sua raiz, exigem soluções social e política.
http://www.pambazuka.org/pt/category/features/69168
domingo, 29 de maio de 2011
Música na cultura africana
O Mundo de olho na Àfrica
sexta-feira, 27 de maio de 2011
África berço da humanidade e do conhecimento
sábado, 21 de maio de 2011
África Subsaariana
terça-feira, 17 de maio de 2011
O gigante que aos poucos desperta
Frutos de um "mesmo período" de colonização tanto a América Latina como a África tem muito aprender com o passado.
Fonte: Video editado. Parte da obra "Por uma nova Globalização, com Milton Santos".
domingo, 15 de maio de 2011
A arte a cultura e a autodeterminação
Um território repartido
- Entre os séculos XV e XIX, os países europeus estabeleceram relações com várias sociedades africanas em busca de bens como ouro, prata e marfim, e, principalmente, de escravos. Instalaram-se em feitorias, presídios e portos, essencialmente no litoral.
- O período colonial africano (ocupação efetiva com administração e burocracia, presença de forças militares e demarcação rígida das fronteiras) foi um processo iniciado no final do século XIX e finalizado por volta de 1914.
- Nas descolonizações (nas décadas de 1960 e 1970), os estados recém-independentes herdaram uma organização do território fundada numa repartição bastante complexa e na lógica mercantilista de exploração dos recursos naturais das colônias (eixos dirigidos aos portos).
- Os atuais 54 países africanos estão divididos por 109 fronteiras internacionais que medem, no conjunto, cerca de 80.467 quilômetros.
- As fronteiras modernas na África são vistas como “artificiais”: 26% delas seguem linhas conferidas pelo relevo natural (como montanhas, rios, linhas divisórias de águas); quase a metade corresponde a linhas astronômicas; 30% correspondem a linhas matemáticas.
- As fronteiras também dividem o que antigamente foi denominado de áreas tribais, as quais hoje aparecem mais como “áreas culturais”. Ainda que tenhamos em mente a complexidade e a impossibilidade de se atribuir limites exatos a fenômenos tão flexíveis como “áreas culturais”, podemos afirmar que, na África contemporânea, poucas fronteiras coincidem com essas áreas que, entre 131 e 187 delas, estão divididas entre um ou mais estados.