terça-feira, 31 de maio de 2011

Uma mudança cultural que beneficia a todos.

África: Mutilação genital feminina está a diminuir

[Fotografia © AFP]

A mutilação genital feminina, prática comum como ritual de passagem em muitos países de África, Ásia e Médio Oriente, está a diminuir em vários países africanos, em especial no Quénia, Etiópia, Sudão e Egito, conforme revela um estudo apresentado esta semana pelo Centro de Pesquisa Innocenti, da UNICEF.

"Há várias comunidades em África que estão a abandonar a mutilação genital feminina/excisão, apesar de fortes pressões sociais no sentido contrário", congratularam-se os autores do estudo.

De acordo estes responsáveis, as campanhas educacionais têm surtido os efeitos desejados ao alertar a população que esta prática é considerada uma violação grave dos direitos humanos e representa um risco de saúde elevado.
O estudo mostra assim descidas significativas em quatro dos países, da percentagem de mulheres com idade entre os 15 e 49 anos.

Os números desceram no Egito, de 82% em 1995 para 63% em 2008, no Sudão de 79% em 1990 para 51% em 2006, na Etiópia de 60% para 31% entre 2000 e 2005, no Quénia, de 20% para 9,0% , numa década.

"A decisão de uma família praticar ou abandonar a mutilação genital feminina/excisão é influenciada por recompensas e sanções que são socialmente poderosas," explicou Gordon Alexander, diretor em exercício do Centro de Estudos Innocenti, citado pela Sic Online.

Os técnicos da UNICEF sustentam que os programas de abandono com maior sucesso "envolvem membros respeitados da comunidade, incluindo líderes religiosos e locais, e mobilizam redes sociais e instituições" com peso para influenciarem o resto da comunidade.

Fonte: http://www.boasnoticias.pt/noticias_%C3%81frica-Mutila%C3%A7%C3%A3o-genital-feminina-est%C3%A1-a-diminuir_4337.html
Saiba mais sobre  os resultados deste estudo clicando aqui.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Uma reflexão sobre autonomia, autodeterminação

Fonte: Quino, Toda Mafalda - da Primeira a Ultima Tira,1993.

Novas tecnologias e a ameaça à soberania na África

A África enfrenta hoje a ameaça de uma nova forma de conquista, uma conquista que está sendo possível graças à surpreendente revolução tecnológica na biologia, na física quântica, na química e na engenharia. Hoje, toda a matéria viva pode ser modificada através de engenharia genética; novas formas de vida criadas e lançadas no meio ambiente por meio da biologia sintética, as propriedades dos elementos e compostos drasticamente modificadas através da Nanotecnologia (tecnologias que trabalham na escala de átomos e moléculas) e da nano manufatura (criando, por exemplo, semicondutores em nível molecular, e até mesmo nano bombas não nucleares), e há uma convergência entre a nanotecnologia, tecnologias da informação e ciência cognitiva[..]
Ler sobre essa evolução é como a ler ficção científica. A diferença é que isso é real, está acontecendo agora. Estas tecnologias estão sendo desenvolvidas em um mundo que é totalmente desigual, em condições onde o acúmulo e o lucro imperam, permitindo que os ricos fiquem mais ricos a qualquer custo, enquanto a maioria empobrece. Eles têm se desenvolvido sob condições criadas ao longo dos últimos 30 anos que têm permitido às empresas monopolizar a fabricação em nível atômico - seja de matéria viva ou inanimada – e legitima a biopirataria corporativa em larga escala, com a África, um continente de extraordinária biodiversidade, sendo uma vítima significativa. Plantas que têm sido há muito utilizadas na África estão sendo patenteadas pelas corporações do Norte. Mas talvez o mais significativo de tudo para o continente é o fato de que os olhos das empresas estão procurando avidamente o lucro a ser alcançado a partir de centenas de bilhões de toneladas de matéria vegetal, que pode ser utilizada como fonte alternativa de carbono a combustíveis fósseis, permitindo a fabricação de combustíveis para os transportes, eletricidade, produtos químicos e plásticos, fertilizantes e todos os produtos que garantem o estilo de vida confortável do Norte, sob o pretexto de apoiar a "economia verde".
As novas tecnologias, ou mais precisamente, o controle corporativo das novas tecnologias representa uma ameaça em potencial e em crescimento para o continente. Um continente que já sofreu uma turbulenta história de conquista colonial e conquista econômica sob o neoliberalismo enfrenta, agora, uma conquista tecnologicamente mediada pelos oligopólios.
É uma característica das revoluções tecnológicas que a escala completa das implicações sociais, econômicas e políticas do seu uso é pouco apreciada, até que, como a maré crescente de um tsunami, varre tudo em seu caminho.
Estas tendências estão sendo desafiadas ao redor do mundo - nas comunidades locais, os movimentos nacionais e em reuniões globais das Nações Unidas como na Convenção sobre Diversidade Biológica e da Comissão sobre Segurança Alimentar da FAO (Food and Agriculture Organization). Cidadãos estão se unindo para expor os perigos dos governos cederem espaço às empresas para utilizarem novas tecnologias para resolverem problemas que, em sua raiz, exigem soluções social e política.
http://www.pambazuka.org/pt/category/features/69168

domingo, 29 de maio de 2011

Música na cultura africana

A cultura africana musical tem grande importância mundial. Ritmos originários da África subsaariana, em particular do oeste da África, foram transmitidos através do tráfego de escravos pelo Atlântico e resultaram em estilos musicais como o samba, blues, jazz, reggae, rap e rock e roll.

O Mundo de olho na Àfrica

Apesar de devastado pela colonização, o continente africano ainda tem muito a ser exolorado. Países em pleno desenvolvimento como a China aproveita da pobreza e da miséria, principalmente em países destruídos por guerra civil, exploram riquezas em troca de obras de infraestrutura. Será que podemos falar em novíssimo colonialismo?

sexta-feira, 27 de maio de 2011

sábado, 21 de maio de 2011

África Subsaariana

O IDH sintetiza a verdadeira tragédia humana que assola a África Subsaariana. Os 26 países do mundo piores colocados no ranking mundial estão situados nesta região, onde cerca de 30% da população sofre de subalimentação crônica, a esperança de vida é em média, inferior a 50 anos e mais de 60% da população adulta é analfabeta.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O gigante que aos poucos desperta

Seguindo a linha de contestação e de aprimoramento sobre o que se entende por continente africano, incluimos a postagem  de um capítulo do documentário "Por uma nova globalização" realizado com Milton Santos em 1994.
Frutos de um "mesmo período" de colonização tanto a América Latina como a África tem muito aprender com o passado.

 Fonte: Video editado. Parte da obra "Por uma nova Globalização, com Milton Santos". 

domingo, 15 de maio de 2011

A arte a cultura e a autodeterminação

Na busca de autonomia e da consciência, de que são capazes de se autodeterminar, nasce um novo pensamento entre os jovens africanos que começam a buscar em si e em sua história, as bases para re-construção do continente.
Ondjaki escritor angolano no Programa Roda Viva

Um território repartido

  • Entre os séculos XV e XIX, os países europeus estabeleceram relações com várias sociedades africanas em busca de bens como ouro, prata e marfim, e, principalmente, de escravos. Instalaram-se em feitorias, presídios e portos, essencialmente no litoral.
  • O período colonial africano (ocupação efetiva com administração e burocracia, presença de forças militares e demarcação rígida das fronteiras) foi um processo iniciado no final do século XIX e finalizado por volta de 1914.
  • Nas descolonizações (nas décadas de 1960 e 1970), os estados recém-independentes herdaram uma organização do território fundada numa repartição bastante complexa e na lógica mercantilista de exploração dos recursos naturais das colônias (eixos dirigidos aos portos).
  • Os atuais 54 países africanos estão divididos por 109 fronteiras internacionais que medem, no conjunto, cerca de 80.467 quilômetros.
 
África.

  • As fronteiras modernas na África são vistas como “artificiais”: 26% delas seguem linhas conferidas pelo relevo natural (como montanhas, rios, linhas divisórias de águas); quase a metade corresponde a linhas astronômicas; 30% correspondem a linhas matemáticas.
  • As fronteiras também dividem o que antigamente foi denominado de áreas tribais, as quais hoje aparecem mais como “áreas culturais”. Ainda que tenhamos em mente a complexidade e a impossibilidade de se atribuir limites exatos a fenômenos tão flexíveis como “áreas culturais”, podemos afirmar que, na África contemporânea, poucas fronteiras coincidem com essas áreas que, entre 131 e 187 delas, estão divididas entre um ou mais estados.